Colégio Estadual Unidade Polo- Ensino Fundamental e Médio
Jandaia do Sul, 07 de maio de 2008.
Aluno:.........................................................................................3º. A
PDE (2007) Estudos Literários e Semiótica
ENSINO DE LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR COMPETENTE NO ENSINO MÉDIO
1ª. Ação: Diagnóstico
TRAGÉDIA BRASILEIRA – Manuel Bandeira
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade,
Conheceu Maria Elvira na Lapa - prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura...Dava tudo quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava um namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês do Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.
Com base no poema “Tragédia Brasileira”, de Manuel Bandeira, responda:
A)O poema Tragédia Brasileira, de Manuel Bandeira, pertence a uma geração modernistas. Que características podemos notar?
B) Justifique o título do poema.
C) Explique o comportamento de Misael em relação à traição de Maria Elvira.
D) Dê as características dos personagens.
E) Indique o tema principal do texto.
F) Que outra obra da literatura brasileira trata do mesmo tema?
G) Percebe-se algum preconceito em relação à Maria Elvira? Quais?
Colégio Estadual Unidade Polo-Ensino Fundamental e Médio
Jandaia do Sul – Pr. 2008
PDE / 2007
Objeto de Aprendizagem Colaborativa: Estudos Literários e Semiótica
Autora: Miriam Fajardo
ATIVIDADES AVALIATIVAS SOBRE A PERSPECTIVA RIZOMÁTICA:
SOCIOLOGIA
DESIGUALDADES SOCIAIS
No mundo em que vivemos percebemos que os indivíduos são diferentes, estas diferenças se baseiam nos seguintes aspectos: coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros. Os aspectos mais simples para constatarmos que os homens são diferentes são: físicos ou sociais. Constatamos isso em nossa sociedade, pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem em mansões rodeados de coisas luxuosas e com mesa muito farta todos os dias enquanto outros não têm sequer o que comer durante o dia.
O crescente estado de miséria, as disparidades sociais, a extrema concentração de renda, os salários baixos, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a marginalidade, a violência, etc, são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil.
As desigualdades sociais não são acidentais, e sim produzidas por um conjunto de relações que abrangem as esferas da vida social. Na economia existem relações que levam a exploração do trabalho e a concentração da riqueza nas mãos de poucos. Na política, a população é excluída das decisões governamentais. Quando se fala em desigualdades sociais e pobreza no Brasil, não se trata de centenas de pessoas, mas em milhões que vivem na pobreza absoluta. Essas pessoas sobrevivem apenas com 1/4 de salário mínimo no máximo!
As condições de miserabilidade da população estão ligadas aos péssimos salários pagos. Mas não existem somente pobres no Brasil, pois cerca de 4% da população é muito rica. O que prova a concentração maciça da renda nas mãos de poucas pessoas. Quanto aos bens de consumo duráveis (carros, geladeiras, televisores, etc), são destinados a uma pequena parcela da população. A sofisticação desses produtos prova o quanto o processo de industrialização beneficiou apenas uma pequena parcela da população.
O setor informal é outro fator indicador de condições de reprodução capitalista no Brasil. Os camelôs, vendedores ambulantes, marreteiros, etc, são trabalhadores que não estão juridicamente regulamentados, mas que revelam a especificidade da economia brasileira e de seu desenvolvimento industrial.
TOMAZI, Nelson Dácio. Iniciação a Sociologia. SP, atual; 1993
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Augusto de Campos
O Bicho Manuel Bandeira
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
....
1- Que relação pode-se notar no texto “Desigualdades Sociais” e o poema de Manuel Bandeira, “O Bicho”?
2- O termo “bicho”, usado por Manuel Bandeira é uma metáfora. Você acha que se alguém encontrar-se em uma situação miserável pode animalizar-se?
3-Todo texto quer passar uma ideologia. Em sua opinião Nelson Dácio Tomazi defende que ideais?
4-O que a expressão: ”O bicho, Meu Deus, era um homem”, no último verso quer expressar?
5-O que a repetição do verbo ser do 7º. ao 10º versos querem enfatizar?
Colégio Estadual Unidade Polo-Ensino Fundamental e Médio
Jandaia do Sul – Pr. 2008
Aluno:...
Professora: Miriam Fajardo
PDE / 2007 - Estudos Literários e Semiótica
Avaliação de Literatura
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Campos, Augusto. Literatura comentada: Concretismo. São Paulo: Abril Educação, 1982.
1- Em seu último álbum póstumo, o cantor e compositor Cazuza diz, com sarcasmo:
“A burguesia fede!
A burguesia quer ficar rica!
(...)
A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelo de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
Quer ir
Compare os versos apresentados com o poema concreto: LIXO escrito com a palavra Luxo:
a) Comente o sentido de crítica social que os versos cantados por Cazuza e o poema de Augusto de Campos podem conter.
b) Que relação existe entre a simbologia gráfica da letra "decorativa" ou "ornamental" com que Augusto de Campos escreve a palavra luxo e os versos "a burguesia não tem charme nem é discreta/Com suas perucas de cabelo de boneca".
2- A partir do poema “O Bicho”, de Manuel Bandeira e um fragmento de texto jornalístico responda as questões a seguir: Vidas Recicladas
“ Trabalhava com minha mãe e meus irmãos no lixão. Era muito perigoso, principalmente porque os carros ( os caminhões que despejavam lixos podiam nos atropelar). Um dos meus irmãos morreu assim. Minha mãe morreu mais tarde. Na escola, os alunos falavam que a gente era do lixo. Eu não respondia porque, pelo menos, eu trabalhava.” Prova concreta e tristemente corriqueira do poema de Manuel Bandeira. Neide Tavares da Silva, 15 anos, era uma das 43 mil crianças que trabalhavam em lixões espalhados por todo Brasil.(...)
Para mudar esse quadro, a UNICEF lançou a campanha “Criança no Lixo Nunca Mais” e articulou – com uma série de conselhos estaduais, entidades civis e o setor privado – o Fórum Nacional de Lixo e Cidadania. (...)Um desses programas é o Meio Ambiente e Cidadania, desenvolvido durante a campanha em Olinda (PE). No município, 250 crianças e adolescente, que viviam no lixão Aguazinha, hoje freqüentam as salas de aula. Atendidos em horário integral, os alunos fazem atividades complementares à escola, como capoeira, danças populares, música, artesanato. (...) A garota Neide hoje faz supletivo no Centro de Atendimento Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC) e é um dos exemplos de que o trabalho integrado de órgãos públicos e da sociedade civil organizada pode mudar a vida desses jovens. Quando voluntários do Meio Ambiente e Cidadania apareceram anunciando o projeto, Neide se interessou: "Lá aprendi frevo, percussão e cerâmica”. (...)“Retirando os pais do lixão e educando seus filhos, podendo enfim acabar com esse trabalho degradante ”, almeja America Ungaretti, do UNICEF.
( Revista Educação- setembro de 2001)
Julgue os itens que se seguem como falsos ou verdadeiros e justifique-os
a) O poema de Manuel Bandeira apresenta a mesma temática do texto jornalístico, embora pelo ceticismo do poema, os versos não tenham igual enfoque.
b) O texto jornalístico não apresenta nenhum desvio de concordância verbal, ainda que esteja cheio de citações de uma adolescente.
c) O poema, quanto a sua estrutura formal, tem uma gradação bastante coerente de idéias: na última estrofe, a partir de uma negação reiterada nos versos 7, 8 e 9 e uma seqüência nominal bastante significativa (cão, gato e rato), o leitor vai indignando-se tanto quanto o eu - lírico. A culminância desse processo está no último verso com uma idéia supostamente já conhecida.
d) De arquiteto falhando, poeta “ruim” (=menor) a tísico profissional, Bandeira nos presenteou com uma obra de intenso lirismo, convivendo, desde jovem, poeticamente com a morte.
Textos para atividade 3
Texto 1
Nem Luxo, Nem Lixo
Composição: (Rita Lee)
Como vai você?
Assim como eu,
Uma pessoa comum,
Um filho de Deus,
Nessa canoa furada,
Remando contra a maré,
Não acredito em nada,
Até duvido da fé!
Não quero nem luxo nem lixo,
Meu sonho é ser imortal, meu amor.
Não quero luxo nem lixo,
Quero saúde para gozar no final!
[...]
Texto 2 - Comida Titãs
Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte.. [..]
Estes fragmentos nos levam à reflexão sobre os valores sociais que são determinados por grupos que detém o capital. Escreva sobre eles, partindo dos seguintes questionamentos:
4- Em relação ao filme baseado na obra “Os Miseráveis”, de Victor Hugo.
A) Que período da história retrata?
b) Que ideologias Victor Hugo que passar com sua obra?
c) A reportagem “Ilha das Flores” tem um alto teor crítico. Que relação podemos aferir dessas duas produções cinematográficas?
d) Trecho do livro Os Miseráveis, de Victor Hugo. Interprete-o:
Prefácio - Victor Hugo
Enquanto, por efeito de leis e costumes, houver proscrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiros infernos, e desvirtuando, por humana fatalidade, um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância - não forem resolvidos; enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis.
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Segunda parte do projeto: O Gênero Conto
Colégio Estadual Unidade Polo – Ensino Fundamental e Médio
Aluno: ..........................................................................................
Análise Semiótica sobre o conto: “A Terceira Margem do Rio”
1-- A leitura do Conto "A terceira Margem do Rio", de Guimarães Rosa, faz-nos muitos questionamentos. Um deles trata-se da liberdade. Será que o protagonista "Pai”, vivendo da forma que escolheu não estará agora livre da vida ativa, privilegiado pelo devaneio e a contemplação?
2--No conto há algumas figuras (rio, canoa, margens, águas), que temas podemos depreender de cada uma dessas figuras?
3- Guimarães Rosa sugere que há possibilidade de viver a terceira margem. É uma metáfora, mas o que ela sugere?
Oposição semântica fundamental (quadrado semiótico com afirma-ções / negações).
Dentro do nível narrativo, os enunciados podem ser agrupados em fases distintas: manipulação(um personagem induz o outro a fazer alguma coisa); competência(o sujeito do fazer possui um poder ou um saber); performance (o sujeito do fazer executa sua ação); e sanção(constatação de que a performance se realizou). Barros, p.197,
...quando o manipulador propõe ao manipulado uma recompensa, ou seja, um objeto de valor positivo, com a finalidade de levá-lo a fazer alguma coisa, dá-se uma tentação. Quando o manipulador faz fazer opor meio de ameaças ocorre à intimidação. Se o manipulador leva a fazer manifestando um juízo negativo a respeito da competência do manipulado, sucede uma provocação. (Fiorin,22.1990)
Tema 2
Leia o Conto: “Sôroco, sua Mãe e filha”, de Guimarães Rosa e faça um paralelo entre o conto: “A Terceira Margem do Rio”, do mesmo autor. Atente para a linguagem, temas, figuras, oposições semânticas, manipulação e sanção.Copie trechos para provar sua tese.
Sorôco, sua mãe, sua filha (Guimarães Rosa )
AQUELE carro parara na linha de resguardo, desde a véspera, tinha vindo com o expresso do Rio, e estava lá, no desvio de dentro, na esplanada da estação. Não era um vagão comum de passageiros, de primeira, só que mais vistoso, todo novo. A gente reparando, notava as diferenças. Assim repartido em dois, num dos cômodos as janelas sendo de grades, feito as de cadeia, para os presos. A gente sabia que, com pouco, ele ia rodar de volta, atrelado ao expresso daí de baixo, fazendo parte da composição. Ia servir para levar duas mulheres, para longe, para sempre. O trem do sertão passava às 12h45m. As muitas pessoas já estavam de ajuntamento, em beira do carro, para esperar. As pessoas não queriam poder ficar se entristecendo, conversavam, cada um porfiando no falar com sensatez, como sabendo mais do que os outros a prática do acontecer das coisas. Sempre chegava mais povo – o movimento. Aquilo quase no fim da esplanada, do lado do curral de embarque de bois, antes da guarita do guarda-chaves, perto dos empilhados de lenha. Sorôco ia trazer as duas, conforme. A mãe de Sorôco era de idade, com para mais de uns setenta. A filha, ele só tinha aquela. Sorôco era viúvo. Afora essas, não se conhecia dele o parente nenhum. A hora era de muito sol – o povo caçava jeito de ficarem debaixo da sombra das árvores de cedro. O carro lembrava um canoão no seco, navio. A gente olhava: nas reluzências do ar, parecia que ele estava torto, que nas pontas se empinava. O borco bojudo do telhadilho dele alumiava
Oposição semântica fundamental (quadrado semiótico com afirma-ções / negações).
Dentro do nível narrativo, os enunciados podem ser agrupados em fases distintas:
manipulação(um personagem induz o outro a fazer alguma coisa); competência(o sujeito do fazer possui um poder ou um saber); performance (o sujeito do fazer executa sua ação); sanção(constatação de que a performance se realizou). Barros, p.197,
...quando o manipulador propõe ao manipulado uma recompensa, ou seja, um objeto de valor positivo, com a finalidade de levá-lo a fazer alguma coisa, dá-se uma tentação. Quando o manipulador faz fazer opor meio de ameaças ocorre à intimidação. Se o manipulador leva a fazer manifestando um juízo negativo a respeito da competência do manipulado, sucede uma provocação. (Fiorin,22.1990)
AVALIAÇÃO FINAL DO PROJETO
Avaliação do projeto PDE de Língua Portuguesa
1. Senti-me motivado para a disciplina de Literatura, durante a aplicação do projeto .
( ) regular
( ) bom
( ) Ótimo
( ) excelente
2. As abordagens adotadas pela pesquisadora são interessantes.
( ) regular
( ) bom
( ) ótimo
( ) Excelente
3. Os temas literários vão de encontro as minhas necessidades enquanto estudante do Ensino médio.
( ) regular
( ) bom
( ) ótimo
( ) excelente
4. Considero as estratégias apresentadas importantes para o sucesso na produção escrita.
( ) regular
( ) bom
( ) ótimo
( ) Excelente
( ) regular
( )bom
( )ótimo
( )excelente
6. O estudo de semiótica foi um fator positivo na compreensão do texto literário.
( ) regular
( ) bom
( )ótimo
( ) regular
7. Os processos de estudo rizomático (comparação entre os contos, pesquisas sobre os temas em outras artes: música, pintura, fotografia, cinema, etc.) serviu para ampliar seu universo de conhecimento
( )regular
( )bom
( ) ótimo
( ) Excelente
8 – A forma de avaliação foi adequada ao nível de conhecimento ( resenha, análise semiótica, seminário, debates e dissertações)
( ) regular
( ) bom
( ) Ótimo
( ) excelente
( )regular
( )bom
( )ótimo
( )excelente
11. O uso do blog e da Wiki foi um ponto positivo para a comunicação sala de aula e o estudo literário:
( ) regular
( )bom
( )Ótimo
( ) excelente
12. Tenho acesso fácil aos recursos da internet para acessar o blog literário:
( )regular
( ) bom
( )ótimo
( ) excelente
13- Comente: A partir destes novos conhecimentos adquiridos ( análise semiótica e visão rizomática), sinto-me mais preparado para produções escritas e compreensão textual