Avaliações da intervenção do PDE


 

 

Colégio Estadual Unidade Polo- Ensino Fundamental e Médio                    

 

Jandaia do Sul, 07 de maio de 2008.

 

Aluno:.........................................................................................3º. A

 

                             PDE (2007) Estudos Literários e Semiótica

 

ENSINO DE LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR COMPETENTE NO ENSINO MÉDIO

 

1ª. Ação: Diagnóstico

 

TRAGÉDIA BRASILEIRA – Manuel Bandeira

Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade,

Conheceu Maria Elvira na Lapa - prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.

Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura...Dava tudo quanto ela queria.

Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.

Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.

Viveram três anos assim.

Toda vez que Maria Elvira arranjava um namorado, Misael mudava de casa.

Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês do Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...

Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.

                                               

 

       Com base no poema “Tragédia Brasileira”, de Manuel Bandeira, responda:

 

A)O  poema Tragédia Brasileira, de Manuel Bandeira, pertence a uma geração  modernistas. Que características podemos notar?

B) Justifique o título do poema.

C) Explique o comportamento de Misael em relação à traição de Maria Elvira.

D) Dê as características dos personagens.

E) Indique o tema principal do texto.

      F) Que outra obra da literatura brasileira  trata do mesmo tema?

      G) Percebe-se algum preconceito em relação à Maria Elvira? Quais?

 

 


 

 

 

Colégio Estadual Unidade Polo-Ensino Fundamental e Médio

 

Jandaia do Sul – Pr. 2008

 

 

PDE  /  2007

 

Objeto de Aprendizagem Colaborativa: Estudos Literários e Semiótica

 

 

                                                                                

Autora:  Miriam  Fajardo

 

 

 

 

ATIVIDADES AVALIATIVAS SOBRE A PERSPECTIVA RIZOMÁTICA:

SOCIOLOGIA

 

                                  DESIGUALDADES SOCIAIS 

 

       No mundo em que vivemos percebemos que os indivíduos são diferentes, estas diferenças se baseiam nos seguintes aspectos: coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros. Os aspectos mais simples para constatarmos que os homens são diferentes são: físicos ou sociais. Constatamos isso em nossa sociedade, pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem em mansões rodeados de coisas luxuosas e com mesa muito farta todos os dias enquanto outros não têm sequer o que comer durante o dia.

 

        O crescente estado de miséria, as disparidades sociais, a extrema concentração de renda, os salários baixos, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a marginalidade, a violência, etc, são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil.

 

        As desigualdades sociais não são acidentais, e sim produzidas por um conjunto de relações que abrangem as esferas da vida social. Na economia existem relações que levam a exploração do trabalho e a concentração da riqueza nas mãos de poucos. Na política, a população é excluída das decisões governamentais. Quando se fala em desigualdades sociais e pobreza no Brasil, não se trata de centenas de pessoas, mas em milhões que vivem na pobreza absoluta. Essas pessoas sobrevivem apenas com 1/4 de salário mínimo no máximo!

 

            As condições de miserabilidade da população estão ligadas aos péssimos salários pagos. Mas não existem somente pobres no Brasil, pois cerca de 4% da população é muito rica. O que prova a concentração maciça da renda nas mãos de poucas pessoas. Quanto aos bens de consumo duráveis (carros, geladeiras, televisores, etc), são destinados a uma pequena parcela da população. A sofisticação desses produtos prova o quanto o processo de industrialização beneficiou apenas uma pequena parcela da população.

 

O setor informal é outro fator indicador de condições de reprodução capitalista no Brasil. Os camelôs, vendedores ambulantes, marreteiros, etc, são trabalhadores que não estão juridicamente regulamentados, mas que revelam a especificidade da economia brasileira e de seu desenvolvimento industrial.

 

TOMAZI, Nelson Dácio. Iniciação a Sociologia. SP, atual; 1993             

 

         LUXO                      LUXO                      LUXO     LUXO           LUXO LUXO LUXO

 

            LUXO                      LUXO                        LUXO  LUXO            LUXO LUXO LUXO

LUXO                      LUXO                          LUXOXO                 LUXO              LUXO

LUXO                      LUXO                              LUXO                   LUXO              LUXO

LUXO                      LUXO                          LUXOXO                 LUXO              LUXO

LUXO LUXO          LUXO                        LUXO    LUXO          LUXO LUXO LUXO

LUXO LUXO          LUXO                      LUXO       LUXO         LUXO LUXO LUXO

 

 Augusto de Campos

 

 

 

O Bicho   Manuel Bandeira

 

Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

 

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

 

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

....

 

1-       Que relação pode-se notar no texto “Desigualdades Sociais” e o poema de Manuel Bandeira, “O Bicho”?

 

 

 

2-       O termo “bicho”, usado por Manuel Bandeira é uma metáfora. Você acha que se alguém encontrar-se em uma situação miserável pode animalizar-se?

 

 

 

3-Todo texto quer passar uma ideologia. Em sua opinião Nelson Dácio Tomazi defende que ideais?

 

4-O que a expressão: ”O bicho, Meu Deus, era um homem”, no último verso quer expressar?

 

5-O que a repetição do verbo ser do 7º. ao 10º versos querem enfatizar? 

 

 

 


 

 

 

Colégio Estadual Unidade Polo-Ensino Fundamental e Médio

 

Jandaia do Sul – Pr. 2008

 

 

 

Aluno:...                                                                                        

Professora: Miriam Fajardo

 

PDE / 2007      -        Estudos Literários e Semiótica

 

 

 

                                                 Avaliação de Literatura

 

 

 

 

LUXO                      LUXO                      LUXO     LUXO           LUXO LUXO LUXO

LUXO                      LUXO                        LUXO  LUXO            LUXO LUXO LUXO

LUXO                      LUXO                          LUXOXO                 LUXO              LUXO

LUXO                      LUXO                              LUXO                   LUXO              LUXO

LUXO                      LUXO                          LUXOXO                 LUXO              LUXO

LUXO LUXO          LUXO                        LUXO    LUXO          LUXO LUXO LUXO

LUXO LUXO          LUXO                      LUXO       LUXO         LUXO LUXO LUXO

 

Campos, Augusto. Literatura comentada: Concretismo. São Paulo: Abril Educação, 1982.

 

 

 

1-     Em seu último álbum póstumo, o cantor e compositor Cazuza diz, com sarcasmo:

 

 

 

“A burguesia fede!

 

A burguesia quer ficar rica!

 

(...)

 

A burguesia não tem charme nem é discreta

 

Com suas perucas de cabelo de boneca

 

A burguesia quer ser sócia do Country

 

Quer ir em Nova Iorque fazer compras."

 

 Compare os versos apresentados com o  poema concreto: LIXO escrito com a palavra Luxo:

 

a) Comente o sentido de crítica social que os versos cantados por Cazuza e o poema de Augusto de Campos podem conter.

 

 

 

b) Que relação existe entre a simbologia gráfica da letra "decorativa" ou "ornamental" com que Augusto de Campos escreve a palavra luxo e os versos "a burguesia não tem charme nem é discreta/Com suas perucas de cabelo de boneca".

 

 2-  A partir do poema “O Bicho”, de Manuel Bandeira e um fragmento de texto jornalístico responda as questões a seguir:                                                         Vidas Recicladas

 

“ Trabalhava com minha mãe e  meus irmãos no lixão. Era muito perigoso, principalmente porque os carros ( os caminhões que despejavam lixos podiam nos atropelar). Um dos meus irmãos morreu assim. Minha mãe morreu mais tarde. Na escola, os alunos falavam que a gente era do lixo. Eu não respondia porque, pelo menos, eu trabalhava.” Prova concreta e tristemente corriqueira do poema de Manuel Bandeira. Neide Tavares da Silva, 15 anos, era uma das 43 mil crianças que trabalhavam em lixões espalhados por todo Brasil.(...)

 

Para mudar esse quadro, a UNICEF lançou a campanha “Criança no Lixo Nunca Mais” e articulou – com uma série de conselhos estaduais, entidades civis e o setor privado – o Fórum Nacional de Lixo e Cidadania. (...)Um desses programas é o Meio Ambiente e Cidadania, desenvolvido durante a campanha em Olinda (PE). No município, 250 crianças e adolescente, que viviam no lixão Aguazinha, hoje freqüentam as salas de aula. Atendidos em horário integral, os alunos fazem atividades complementares à escola, como capoeira, danças populares, música, artesanato. (...) A garota Neide hoje faz supletivo no Centro de Atendimento Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC) e é um dos exemplos de que o trabalho integrado de órgãos públicos e da sociedade civil organizada pode mudar a vida desses jovens. Quando voluntários do Meio Ambiente e Cidadania apareceram anunciando o projeto, Neide se interessou: "Lá aprendi frevo, percussão e cerâmica”. (...)“Retirando os pais do lixão e educando seus filhos, podendo enfim acabar com esse trabalho degradante ”, almeja America Ungaretti, do UNICEF.

 

                                                             ( Revista Educação- setembro de 2001)

 

Julgue os itens que se seguem como falsos ou verdadeiros e justifique-os

 

a) O poema de Manuel Bandeira apresenta a mesma temática do texto jornalístico, embora pelo ceticismo do poema, os versos não tenham igual enfoque. 

 

b) O texto jornalístico não apresenta nenhum desvio de concordância verbal, ainda que esteja cheio de citações de uma adolescente.

 

c) O poema, quanto a sua estrutura formal, tem uma gradação bastante coerente de idéias: na última estrofe, a partir de uma negação reiterada nos versos 7, 8 e 9 e uma seqüência nominal bastante significativa (cão, gato e rato), o leitor vai indignando-se tanto quanto o eu - lírico. A culminância desse processo está no último verso com uma idéia supostamente já conhecida.

 

 d) De arquiteto falhando, poeta “ruim” (=menor) a tísico profissional, Bandeira nos presenteou com uma obra de intenso lirismo, convivendo, desde jovem, poeticamente  com a morte.

 

Textos para atividade 3

 

 Texto 1

 

Nem Luxo, Nem Lixo

 

  Composição: (Rita Lee)

 

Como vai você?

 

Assim como eu,

 

Uma pessoa comum,

 

Um filho de Deus,

 

Nessa canoa furada,

 

Remando contra a maré,

 

Não acredito em nada,

 

Até duvido da fé!

 

Não quero nem luxo nem lixo,

 

Meu sonho é ser imortal, meu amor.

 

Não quero luxo nem lixo,

 

Quero saúde para gozar no final!

 

                    [...]

 

 

 Texto 2 -     Comida        Titãs

 

Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto

 

Bebida é água!

 

Comida é pasto!

 

Você tem sede de que?

 

Você tem fome de que?...

 

A gente não quer só comida

 

A gente quer comida

 

Diversão e arte

 

A gente não quer só comida

 

A gente quer saída

 

Para qualquer parte.. [..]

 

Estes fragmentos nos levam à reflexão sobre os valores sociais que são determinados por grupos que detém o capital. Escreva sobre eles, partindo dos seguintes questionamentos:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4- Em relação ao filme baseado na obra “Os Miseráveis”, de Victor Hugo.

 

A)  Que período  da história retrata?

 

 

 

b) Que ideologias Victor Hugo que passar com sua obra?

 

 

 

c) A reportagem “Ilha das Flores” tem um alto teor crítico. Que relação podemos aferir dessas duas produções cinematográficas?

 

 

 

 

 

d) Trecho do livro Os Miseráveis, de Victor Hugo. Interprete-o:

 

Prefácio - Victor Hugo

 

Enquanto, por efeito de leis e costumes, houver proscrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiros infernos, e desvirtuando, por humana fatalidade, um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância - não forem resolvidos; enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 Segunda parte do projeto: O Gênero Conto

 

 Colégio Estadual Unidade Polo – Ensino Fundamental e Médio 

 

Aluno: ..........................................................................................

 

                               

 

                 Análise Semiótica sobre o conto: “A Terceira Margem do Rio”

 

 

1-- A leitura do Conto "A terceira Margem do Rio", de Guimarães Rosa, faz-nos muitos questionamentos. Um deles trata-se da liberdade. Será que o protagonista "Pai”, vivendo da forma que escolheu não estará agora livre da vida ativa, privilegiado pelo devaneio e a contemplação? 

 

 

 

 

2--No conto há algumas figuras (rio, canoa, margens, águas), que temas podemos depreender de cada uma dessas figuras?

 

 

3- Guimarães Rosa sugere que há possibilidade de viver a terceira margem. É uma metáfora, mas o que ela sugere?

 

 

 

Oposição semântica fundamental (quadrado semiótico com afirma-ções / negações).

 

Dentro do nível narrativo, os enunciados podem ser agrupados em fases distintas: manipulação(um personagem induz o outro a fazer alguma coisa); competência(o sujeito do fazer possui um poder ou um saber); performance (o sujeito do fazer executa sua ação); e sanção(constatação de que a performance se realizou). Barros, p.197,

 

...quando o manipulador propõe ao manipulado uma recompensa, ou seja, um objeto de valor positivo, com a finalidade de levá-lo a fazer alguma coisa, dá-se uma tentação. Quando o manipulador faz fazer opor meio de ameaças ocorre à intimidação. Se o manipulador leva a fazer manifestando um juízo negativo a respeito da competência do manipulado, sucede uma provocação.      (Fiorin,22.1990)

 

 

 

 

Tema 2

 

 

 

 

Leia o Conto: “Sôroco, sua Mãe e filha”, de Guimarães Rosa e faça um paralelo entre o conto: “A Terceira Margem do Rio”, do mesmo autor. Atente para a linguagem, temas, figuras, oposições semânticas, manipulação e sanção.Copie trechos para provar sua tese.

Sorôco, sua mãe, sua filha  (Guimarães Rosa )

 

     AQUELE carro parara na linha de resguardo, desde a véspera, tinha vindo com o expresso do Rio, e estava lá, no desvio de dentro, na esplanada da estação. Não era um vagão comum de passageiros, de primeira, só que mais vistoso, todo novo. A gente reparando, notava as diferenças. Assim repartido em dois, num dos cômodos as janelas sendo de grades, feito as de cadeia, para os presos. A gente sabia que, com pouco, ele ia rodar de volta, atrelado ao expresso daí de baixo, fazendo parte da composição. Ia servir para levar duas mulheres, para longe, para sempre. O trem do sertão passava às 12h45m.   As muitas pessoas já estavam de ajuntamento, em beira do carro, para esperar. As pessoas não queriam poder ficar se entristecendo, conversavam, cada um porfiando no falar com sensatez, como sabendo mais do que os outros a prática do acontecer das coisas. Sempre chegava mais povo – o movimento. Aquilo quase no fim da esplanada, do lado do curral de embarque de bois, antes da guarita do guarda-chaves, perto dos empilhados de lenha. Sorôco ia trazer as duas, conforme. A mãe de Sorôco era de idade, com para mais de uns setenta. A filha, ele só tinha aquela. Sorôco era viúvo. Afora essas, não se conhecia dele o parente nenhum.   A hora era de muito sol – o povo caçava jeito de ficarem debaixo da sombra das árvores de cedro. O carro lembrava um canoão no seco, navio. A gente olhava: nas reluzências do ar, parecia que ele estava torto, que nas pontas se empinava. O borco bojudo do telhadilho dele alumiava em preto. Parecia coisa de invento de muita distância, sem piedade nenhuma, e que a gente não pudesse imaginar direito nem se acostumar de ver, e não sendo de ninguém. Para onde ia, no levar as mulheres, era para um lugar chamado Barbacena, longe. Para o pobre, os lugares são mais longe.  O Agente da estação apareceu, fardado de amarelo, com o livro de capa preta e as bandeirinhas verde e vermelha debaixo do braço. – "Vai ver se botaram água fresca no carro..." – ele mandou. Depois, o guarda-freios andou mexendo nas mangueiras de engate. Alguém deu aviso: – "Eles vêm!... " Apontavam, da Rua de Baixo, onde morava Sorôco. Ele era um homenzão, brutalhudo de corpo, com a cara grande, uma barba, fiosa, encardida em amarelo, e uns pés, com alpercatas: as crianças tomavam medo dele; mais, da voz, que era quase pouca, grossa, que em seguida se afinava. Vinham vindo, com o trazer de comitiva.    Aí, paravam. A filha – a moça – tinha pegado a cantar, levantando os braços, a cantiga não vigorava certa, nem no tom nem no se-dizer das palavras – o nenhum. A moça punha os olhos no alto, que nem os santos e os espantados, vinha enfeitada de disparates, num aspecto de admiração. Assim com panos e papeis, de diversas cores, uma carapuça em cima dos espalhados cabelos, e enfunada em tantas roupas ainda de mais misturas, tiras e faixas, dependuradas – virundangas: matéria de maluco. A velha só estava de preto, com um fichu preto, ela batia com a cabeça, nos docementes. Sem tanto que diferentes, elas se assemelhavam.    Sorôco estava dando o braço a elas, uma de cada lado. Em mentira, parecia entrada em igreja, num casório. Era uma tristeza. Parecia enterro. Todos ficavam de parte, a chusma de gente não querendo afirmar as vistas, por causa daqueles transmodos e despropósitos, de fazer risos, e por conta de Sorôco – para não parecer pouco caso. Ele hoje estava calçado de botinas, e de paletó, com chapéu grande, botara sua roupa melhor, os maltrapos. E estava reportado e atalhado, humildoso. Todos diziam a ele seus respeitos, de dó. Ele respondia: – "Deus vos pague essa despesa... "  O que os outros se diziam: que Sorôco tinha tido muita paciência. Sendo que não ia sentir falta dessas transtornadas pobrezinhas, era até um alívio. Isso não tinha cura, elas não iam voltar, nunca mais. De antes, Sorôco agüentara de repassar tantas desgraças, de morar com as duas, pelejava. Daí, com os anos, elas pioraram, ele não dava mais conta, teve de chamar ajuda, que foi preciso. Tiveram que olhar em socorro dele, determinar de dar as providências de mercê. Quem pagava tudo era o Governo, que tinha mandado o carro. Por forma que, por força disso, agora iam remir com as duas, em hospícios. O se seguir.  De repente, a velha se desapareceu do braço de Sorôco, foi se sentar no degrau da escadinha do carro. – "Ela não faz nada, seo Agente..." – a voz de Sorôco estava muito branda: – "Ela não acode, quando a gente chama..." A moça, aí, tornou a cantar, virada para o povo, o ao ar, a cara dela era um repouso estatelado, não queria dar-se em espetáculo, mas representava de outroras grandezas, impossíveis. Mas a gente viu a velha olhar para ela, com um encanto de pressentimento muito antigo – um amor extremoso. E, principiando baixinho, mas depois puxando pela voz, ela pegou a cantar, também, tomando o exemplo, a cantiga mesma da outra, que ninguém não entendia. Agora elas cantavam junto, não paravam de cantar.   Aí que já estava chegando a horinha do trem, tinham de dar fim aos aprestes, fazer as duas entrar para o carro de janelas enxequetadas de grades. Assim, num consumiço, sem despedida nenhuma, que elas nem haviam de poder entender. Nessa diligência, os que iam com elas, por bem-fazer, na viagem comprida, eram o Nenêgo, despachado e animoso, e o José Abençoado, pessoa de muita cautela, estes serviam para ter mão nelas, em toda juntura. E subiam também no carro uns rapazinhos, carregando as trouxas e malas, e as coisas de comer, muitas, que não iam fazer míngua, os embrulhos de pão. Por derradeiro, o Nenêgo ainda se apareceu na plataforma, para os gestos de que tudo ia em ordem. Elas não haviam de dar trabalhos.   Agora, mesmo, a gente só escutava era o acorcôo do canto, das duas, aquela chirimia, que avocava: que era um constado de enormes diversidades desta vida, que podiam doer na gente, sem jurisprudência de motivo nem lugar, nenhum, mas pelo antes, pelo depois.  Tomara aquilo se acabasse. O trem chegando, a máquina manobrando sozinha para vir pegar o carro. O trem apitou, e passou, se foi, o de sempre. Sorôco nâo esperou tudo se sumir. Nem olhou. Só ficou de chapéu na mão, mais de barba quadrada, surdo – o que nele mais espantava. O triste do homem, lá, decretado, embargando-se de poder falar algumas suas palavras. Ao sofrer o assim das coisas, ele, no oco sem beiras, debaixo do peso, sem queixa, exemploso. E lhe falaram: – "O mundo esta dessa forma... " Todos, no arregalado respeito, tinham as vistas neblinadas. De repente, todos gostavam demais de Sorôco.   Ele se sacudiu, de um jeito arrebentado, desacontecido, e virou, pra ir-s'embora. Estava voltando para casa, como se estivesse indo para longe, fora de conta.  Mas, parou. Em tanto que se esquisitou, parecia que ia perder o de si, parar de ser. Assim num excesso de espírito, fora de sentido. E foi o que não se podia prevenir: quem ia fazer siso naquilo? Num rompido – ele começou a cantar, alteado, forte, mas sozinho para si – e era a cantiga, mesma, de desatino, que as duas tanto tinham cantado. Cantava continuando.   A gente se esfriou, se afundou – um instantâneo. A gente... E foi sem combinação, nem ninguém entendia o que se fizesse: todos, de uma vez, de dó do Sorôco, principiaram também a acompanhar aquele canto sem razão. E com as vozes tão altas! Todos caminhando, com ele, Sorôco, e canta que cantando, atrás dele, os mais de detrás quase que corriam, ninguém deixasse de cantar. Foi o de não sair mais da memória. Foi um caso sem comparação.   A gente estava levando agora o Sorôco para a casa dele, de verdade. A gente, com ele, ia até aonde que ia aquela cantiga.

 

Oposição semântica fundamental (quadrado semiótico com afirma-ções / negações).

 

Dentro do nível narrativo, os enunciados podem ser agrupados em fases distintas:

 

 manipulação(um personagem induz o outro a fazer alguma coisa); competência(o sujeito do fazer possui um poder ou um saber); performance (o sujeito do fazer executa sua ação); sanção(constatação de que a performance se realizou). Barros, p.197,

 

...quando o manipulador propõe ao manipulado uma recompensa, ou seja, um objeto de valor positivo, com a finalidade de levá-lo a fazer alguma coisa, dá-se uma tentação. Quando o manipulador faz fazer opor meio de ameaças ocorre à intimidação. Se o manipulador leva a fazer manifestando um juízo negativo a respeito da competência do manipulado, sucede uma provocação.      (Fiorin,22.1990)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                            AVALIAÇÃO FINAL DO PROJETO

 

 

 

 

Avaliação do projeto PDE de Língua Portuguesa

 

1. Senti-me motivado para a disciplina de Literatura, durante a aplicação do projeto .

(  ) regular

(  ) bom

(  ) Ótimo

(  ) excelente

 

2. As abordagens adotadas pela pesquisadora são interessantes.

(  ) regular

(  ) bom

           (  )  ótimo

           (  )  Excelente

 

3. Os temas literários  vão de encontro as minhas necessidades enquanto estudante do Ensino médio.

(  ) regular

(  ) bom

(  ) ótimo

(  ) excelente

 

 

 

4. Considero as estratégias apresentadas importantes para  o sucesso  na produção escrita.

(  ) regular

(  ) bom

(  ) ótimo

(  ) Excelente

 

 

 

5. A discussão dos textos, durante o projeto, contribuiu para a minha aprendizagem e desenvolvimento crítico.

(  ) regular

(  )bom

(  )ótimo

(  )excelente

 

6. O estudo de semiótica  foi um fator positivo na compreensão do texto literário.

(  ) regular

(  ) bom

(  )ótimo

(  ) regular

 

7. Os processos de estudo rizomático (comparação  entre os contos, pesquisas sobre os temas em outras artes: música, pintura, fotografia, cinema, etc.) serviu para ampliar seu universo de conhecimento

(  )regular

(  )bom

(  ) ótimo

(  ) Excelente

 

8 – A forma de avaliação foi adequada ao nível de conhecimento ( resenha, análise semiótica, seminário, debates e dissertações)

(  ) regular

(  ) bom

(  ) Ótimo

(  ) excelente

 

10. A utilização do retroprojetor, da TV Pen Drive, da Wiki e do xérox dos contos facilitaram a minha aprendizagem.

(  )regular

(  )bom

(  )ótimo

(  )excelente

 

11. O uso do blog e da Wiki foi  um  ponto positivo para a comunicação sala de aula e  o estudo literário:

(  ) regular

(  )bom

(  )Ótimo

(  ) excelente

 

12. Tenho acesso fácil aos recursos da internet para acessar o blog literário:

(  )regular

(  ) bom

(  )ótimo

(  ) excelente

 

13-  Comente: A partir destes novos conhecimentos adquiridos ( análise semiótica e visão rizomática), sinto-me mais preparado para produções escritas e compreensão textual